Durante toda a vida escutamos que
devemos encontrar o “amor verdadeiro”. Na minha humilde concepção, todo amor, a
partir do momento em que um relacionamento de ser amado e ser amante é
iniciado, seja lá de qual intensidade for, carrega, inerente consigo, tal adjetivo
intrínseco. Sem falar que exigir algo desse patamar sentimental é uma heresia.
Além do que, tal imposição é redundante, pois sem verdade, não há amor. Porém,
após alguns vários anos de análises “de campo” e considerações próprias, tenho
que o tema exposto é a verdadeira resposta para a pergunta que aterroriza as
mentes humanas pelo menos uma vez na vida: Será que esse é o meu verdadeiro amor?
Baseado na minha vivência em
relacionamentos amorosos, felizes e frustrados, quando esta pergunta é
formalizada, na maioria das vezes, alguma divergência nos fez refletir e chegar
à interrogação. Triste hesitação. As imprecisões são pontos destruidores de
corações, apesar de serem tão habituais nas nossas nem tão certas vidas. Quando
a cabeça começar a criar dúvidas, uma dica: Fuja! Quando a situação está
totalmente controlada, emocionalmente falando, e o coração encontra-se
revestido de amor, a incerteza não mostra-se presente, pelo menos não em mentes
equilibradas, o que não é tão fácil de encontrar. Por isso, o título do texto
torna-se conveniente e a concepção utilizada para refletir sobre tal assunto,
válida. Não importa se a Angélica te fez sofrer no passado ou se o Pedro não te
deu bola depois de um fim de semana empolgante. Não importe-se com alguém que
limitou-se a apenas um encontro, a um mês. O sentimento real é o que é emanado
de você.
Sei que dez pessoas podem ter
ignorado os seus sentimentos. Sei também que isso dói demais, mas todo ser
humano que está disposto a amar, tem a obrigação de saber que o sofrimento é um
acontecimento possível, tendo em vista que ninguém é responsável pelo o que virá
do outro. O ato de amar é livre e não exige reciprocidade. Não há como obrigar
alguém, por mais passiva que seja a pessoa, a sentir. Pode até enganar muito
bem, mas o sentimento torna-se artificial, forçado. Tal encantadora
correspondência é importantíssima para a construção de um relacionamento
afetivo prazeroso, porém, contrariando a “normalidade” desejada em toda e
qualquer circunstância do século XXI, amar não é sinônimo de igualdade
proporcional.
Muitas pessoas, me incluindo em tal
grupo, já gostaram de indivíduos que nunca sequer conseguiram imaginar uma
relação conosco. Esse é o tal amor utópico. Apesar do fator fantasioso de tal
investida amorosa, ninguém pode dizer que não trata-se de um sentimento
verdadeiro. Quando a afeição é criada, não importa muito o que o outro está
disposto a destinar, mesmo que desejemos uma criação de vínculo com a criatura
amada, visto que todos, exatamente todos, desejam viver felizes durante toda a
vida, por mais que tal pensamento juvenil prove-se impossível com o passar dos
anos. O que tento alarmar desta vez, acerca do mais nobre afeto já sentido, é
que o amor que importa, dentro de um relacionamento saudável, é o que tem
origem em você.
Esse é o verdadeiro louvor de tal
convicção. A forma como você trata o ser amado. As palavras que você utiliza
para incentivá-lo, por mais que as situações não sejam as melhores, e as
circunstâncias realmente não são as melhores em todos os momentos. O cuidado
que você tem com o bem estar alheio. O desejo que tem em proporcionar
felicidade e alegria para aquela pessoa durante todo o tempo em que estiverem
juntos. Esse é o verdadeiro amor agindo em você. Essa é a parte que lhe compete
realizar. É a sua obrigação quando resolve fazer ou responder sim a um convite
amoroso. Do outro, deve-se esperar o mesmo, porém, sem autoridade alguma para
exigir intensamente, pois algo que não é espontâneo, perde um pouco do tal
“brilho”. Caso o envolvimento não seja recíproco, e essa é a única condição
aceitável para criar laços românticos, conhecendo as divergências de costumes e
personalidades que existem nesse imenso mundo, faça um favor a si mesmo:
Desista de cobrar réplicas de afeto.
Não adianta tentar mudar alguém por
inteiro. Se transformá-lo no ser desejado custar muito, para você ou para o
outro, ame-o, deixando-o. A outra possibilidade válida é: Ame-se, procurando
alguém que realmente atenda às suas expectativas, não todas, pois a
possibilidade de encontrar um ser que pense e haja exatamente da mesma maneira
que você o faria, hoje em dia, é ainda menor que antes. Amar não é conquistar
sucesso em um relacionamento, por mais que tais definições estejam
constantemente atreladas. Muito pelo contrário. O sentimento em sua forma mais
pura é o que remete à efetividade da união. Esta é uma simples inversão de
fatores. Quem ama, relaciona-se, mas o fundamento também funciona
negativamente. Quem não ama também pode relacionar-se, porém, matando-se
internamente, por mais que não deixe transparecer.
Antes que você cerque-se de traumas
passados e crie uma personalidade repulsiva, lembre-se: Amor verdadeiro é o que
emana de você. Se o que vir não for igual, cuide-se, pode ser que não seja
verdadeiro. Pode ser que não seja realmente amor.
Oi Marcos...
ResponderExcluirQue texto incrível... Realmente quando estamos estáveis a incerteza se amamos alguém ou não não existe. Porém, aprendi que antes de amarmos alguém, precisamos nos amar primeiro... Assim, conseguiremos amar verdadeiramente alguém a ponto de que os dois sejam felizes... Amei seu texto... Espero ler novos textos seus em breve por aqui...
Abraços.
Olá, Cristiane.
ExcluirPrimeiramente, muito obrigado pelo elogio.
É engradecedor ler tantas congratulações.
Amar-se é a primeira etapa de qualquer amor.
É a primeira fase da evolução na vida, independente dos outros.
Obrigado pelo comentário.
Abraço.