28 de jun. de 2015

Mande bem no ENEM! #2

Olá, meus leitores favoritos! Tudo bem com vocês? Bom, eu continuo na minha maratona de livros clássicos e hoje estou aqui para dar mais algumas sugestões de livros que podem cair no Enem e em vestibulares em geral. Sei que muitos não gostam da literatura brasileira pelo fato de não serem fáceis de entender. A literatura, nos mostra como era antes, isto é, os problemas que se passavam na sociedade na época em que foi escrito, ou seja, os autores escreviam isso para que a sociedade pudesse refletir e mudar a situação. Por este motivo, a literatura tem sido mais um componente presente em provas de vestibulares, pois além de trazer conhecimento da época em que a mesma foi escrita, faz a gente refletir nos dias de hoje também.

Então vamos lá?




O Ateneu
Autor: Raul Pompéia
Movimento: Realismo

O Ateneu é um livro de memórias escrito pelo autor Raul Pompéia. As memórias retratadas na obra são de um menino chamado Sérgio. As recordações presentes no livro passam-se no internato chamado Ateneu. Aos onze anos de idade, o garoto Sérgio ingressa como aluno no Ateneu, famoso colégio carioca dirigido por Aristarco Argolo de Ramos, considerado um dos melhores educadores do Brasil. Na verdade, esse homem conseguira ganhar a confiança das famílias graças a intensa propaganda que fazia de seu estabelecimento de ensino. Por trás da aparência de educador havia um esperto homem de negócios.
Logo nos primeiros dias, Sérgio sofre uma espécie de choque de realidade, ao descobrir que o colégio não era bem o que imaginava. Ao contrario, era um lugar onde a força prevalecia, e onde os fortes dominavam os fracos impiedosos. O clima de competição desespera Sérgio, que encontra em Sanches um protetor, que em troca, no entanto, o assedia sexualmente. Sérgio isola-se e começa a desenvolver seus próprios meios de defesa naquele ambiente corrompido e sensual. Uma das camareiras, Ângela, com seu corpo atraente e seu jeito provocante, povoa a imaginação dos alunos e funcionários e acaba sendo o pivô de uma tragédia: dois empregados do colégio disputam seu amor e um deles é assassinado pelo outro. A violência do sistema escolar, por sua vez, é exemplificada pelo tratamento cruel e desumano que o diretor dá a Franco, um aluno que se transforma numa espécie de bode expiatório de tudo que acontece no Ateneu. Vitima constante de castigos físicos e psicológicos, Franco acaba morrendo. Ao retornar das férias para mais um período escolar, Sérgio já vê o internato com outros olhos, percebendo o autoritarismo de Aristarco e seus interesses puramente econômicos com a escola. Reconhece a hipocrisia que marca os relacionamentos entre os alunos. Quando acabam as aulas, Sérgio permanece na escola porque sua família, por problemas de saúde de seu pai, estava viajando pela Europa. Sérgio fica doente e é cuidado com carinho de mãe por D. Ema, esposa de Aristarco. Repentinamente, porem, tudo termina. Américo, um aluno rebelde que não se acostuma com o regime de Ateneu, vinga-se pondo fogo no colégio, que em poucas horas é destruído. Ninguém morre, mas quase nada resta do glorioso Ateneu. Os últimos parágrafos do romance mostram Aristarco completamente derrotado, olhando as ruínas da grande obra de sua vida.
A obra retrata o sistema educacional da época e as dificuldades enfrentadas pelos alunos. É um livro que exige paciência, pois há muitas passagens nele que são escritas com certa subjetividade, utilizando para isso comparações e metáforas.


O Cortiço
Autor: Aluísio Azevedo
Movimento: Naturalismo

Esse livro retrata as condições de vida do povo de classe baixa da cidade do Rio de Janeiro. De colonização portuguesa e no contexto do fim da escravidão, o livro retrata a vida de diversos personagens habitantes do cortiço do português João Romão. De origem humilde, João trabalhou exaustivamente para montar a sua venda e construir uma espécie de conjunto habitacional da época. O cortiço era alugado pelos mais variados tipos de pessoas. Ao juntar-se com Bertoleza, escrava a qual o dono havia falecido, passaram a trabalhar mais ainda apenas com foco nos desejos de João. O português que não se preocupava com títulos e vaidade, passou a desejar status e melhores condições com a chegada do seu vizinho Miranda. A briga para superar seu vizinho comerciante, percorre toda a narrativa. São retratados a vida e o dia a dia dos moradores como a sedutora Rita Baiana e do casal português Jerônimo e Piedade. Com características muito instintivas e animalescas, os personagens levam as suas vidas humildes da forma como conseguem, enfrentam a pobreza, brigas, invasões e traições. O abandono também é retratado, assim como a maldade e a falta de importância dos seres humanos um para o outro.
O objetivo principal do romance é mostrar a influência do meio sobre o homem, um exemplo bem claro disso é o português Jerônimo que tem uma vida exemplar, porém passa de trabalhador disciplinado para preguiçoso.
Confesso às vezes me sentia desanimada e tentada a desistir, não pela falta de interesse, mas sim pela história comprida que parece não chegar a lugar nenhum e pela escrita rebuscada. Porém é impossível não se sensibilizar com a vida de cada personagem enquanto algumas situações parecem até cômicas se não fossem tão trágicas.


O Guarani
Autor: José de Alencar
Movimento: Romantismo/ Primeira Geração

 Em meados do século XVII, às margens do Rio Paquequer, na Serra dos Órgãos, vive o fidalgo português D. Antônio de Mariz. Sua família é pequena: sua mulher D. Laureana, seu filho Diogo, sua filha Cecília [Ceci] e sua sobrinha Isabel [na verdade sua filha].
Havia ainda dentre os empregados e amigos, figuras como Aires Gomes [fiel empregado de D.Antônio], um aventureiro italiano de nome Loredano [ex-padre que matou um companheiro para obter um mapa das famosas minas de prata que havia na região, e que alimentava incontido desejo pela filha do fidalgo], além de Álvaro, jovem apaixonado por Ceci que, logo percebendo a indiferença da menina, entrega-se aos encantos de Isabel. Vivia também entre eles o índio Peri, guerreiro goitacá que havia salvo a vida de Ceci e acabou vivendo junto à família, servindo à moça com tamanha devoção e paixão.
A trama começa quando Diogo, durante uma caçada, mata sem querer uma índia aimoré, o que provoca a ira de toda a tribo. Os ataques de vingança não tardam, e pouco tempo depois Cecília e Isabel quase são vítimas de suas flechas, enquanto se banhavam no rio. O ataque tramado por dois selvagens aimorés só não se concluiu devido à coragem e a devoção de Peri, que os matou a tempo. O jovem índio, aliás, evitou também uma tentativa de rapto que sua jovem senhora sofreria nas mãos de Loredano. O aventureiro italiano, junto a seus comparsas, tramava o rapto de Ceci e a ruína da família de D. Antônio.
Os aimorés apertam o cerco contra a casa, e Peri descobre um meio de salvar sua amada e toda a família do ataque da tribo inimiga: ingere uma dose muito forte de veneno e entra na batalha sem defesa alguma. Sua idéia era ser morto ou aprisionado e, por seguinte, ter sua carne devorada por todos os indígenas, o que causaria a morte em massa da tribo. O plano só não dá certo porque Álvaro consegue salvá-lo, já cativo dos selvagens. De volta à casa de D. Antônio, Peri sente os primeiros sintomas do veneno e parte em busca do antídoto. Na volta, traz o corpo de Álvaro, morto em combate. Isabel, em ato de desespero, suicida-se na cama junto a seu amado.
Loredano continua com seus planos contra D. Antônio, mas logo é capturado e condenado à morte. Isso de nada serve para agradar o velho fidalgo português e sua família, já que a ameaça dos aimorés aumenta e pede uma drástica e trágica solução: explodirem a casa e morrerem como verdadeiros cristãos. Peri, no entanto, se oferece para salvar Ceci, que está desacordada devido a uma bebida dada pelo próprio pai. D. Antônio aceita sob uma única condição: que o jovem índio se torne cristão e leve Ceci até a casa da tia no Rio de Janeiro. Peri aceita, é batizado, e foge com a jovem adormecida, enquanto a casa explode.
Ceci acorda algum tempo depois e sabe do ocorrido. Movida de paixão por Peri e triste pelo fato de que o jovem índio não ficaria com ela na casa da tia no Rio de Janeiro, decide ficar vivendo com ele. Cai uma tempestade violenta que faz as águas do rio subirem de forma perigosa, o que os obriga a subir numa palmeira. O perigo aumenta, e Peri arranca a palmeira da terra, fazendo dela uma canoa. A narrativa termina com a imagem de ambos sumindo rio abaixo no horizonte, onde a descrição de um beijo sugere uma possível união.
Um ponto alto da história é a extrema dedicação e lealdade de Peri à Cecília, onde faz questão de realizar todas as suas vontades sem esperar nada em troca. Em sua fase indianista, José de Alencar dá à trama batalhas intensas, perigos e sacrifícios em nome do amor puro e verdadeiro, além de passagens repletas de valentia, onde, mesmo sem a perspectiva da vitória, a persistência e heroísmo de seus personagens se destaca.


É isso, espero que tenham gostado!
Beijos :)

9 comentários:

  1. Eu sou das pessoas que não gostam de literatura brasileira, pelo mesmo motivo que você citou, por eu dificilmente entender hahaha Não irei fazer o ENEM esse ano, por conta da nova regra, mas sempre é bom ler livros como esses, para estar preparado para tudo!

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  2. Achei o post bem legal, pode ajudar quem vai fazer o ENEM. Bem, também não entendo muito bem os livros da literatura brasileira, pelo menos desse tipo e não os leria mas vou ler perto de fazer o ENEM.

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  3. Ótimas dicas, todos são clássicos da literatura brasileira e merecem ser lidos, principalmente para o enem. Muitos livros ajudam e ajudam muito, eu garanto, porque ja fiz ENEM. Parabéns pelo post!

    Beijos
    travelingbetweenpages.blogspot.com.br

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  4. Desses, só li "O Cortiço", e foi justamente para um trabalho de escola hahahaha até gostei da história, mas não sou fã da literatura brasileira de época. Não por ser difícil, mas sei lá... Só não gosto mesmo.
    Grazadeus não precisarei fazer o ENEM. Só de pensar nisso sobe um frio na espinha hahahahaha não me dou bem com provas.
    Ah, gostei do post, parabéns ;)

    Beijinhos,
    Bia, Tea Desk

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  5. Uma ótima ideia divulgar esses livros para dicas do Enem, por que realmente são necessárias.
    Desses eu li apenas "O Cortiço", mas faz um bom tempo...
    Beijos
    Dri

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  6. Muito bom passar essas informações para a galera que vai fazer a prova. Eu já passei dessa fase, graças a Deus! kkkk
    Li esses livros na escola como leitura obrigatória, mas tem um que eu gostei que não está aqui, porém também não é comum cair em provas é Dom Casmurro. Até fiz uma peça de teatro interpretando a Capitu! kkkk
    Beijos

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  7. Amo literatura brasileira, mas confesso que encontro um pouco de dificuldade sim na leitura. Gostei muito do post! Irei fazer ENEM esse ano e tenho que correr com as leituras. Muito obrigada pelas indicações!

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  8. Acho muito bom essas dicas ^^ bora caçar mais dois livros pq o cortico eu ja tenho demorei p ler mas consegui

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